O gravador de Rui Grillo na Rio-grandina
2013
Willy Cesar
Jornalista e pesquisador
O governador Walter Jobin inaugura o terminal oceânico da
Esso, na vila Santa Tereza, próximo ao Porto Novo e vizinho da Refinaria de Petróleo
Ipiranga, em Rio Grande. São sete tanques de armazenagem para 39 mil litros de
derivados de petróleo. É janeiro de 1950.
Durante a cerimônia, o folclórico radialista Rui Grillo, da
Rádio Cultura Rio-grandina, carrega pesada maleta. Quando lhe perguntam o que
tem ali, ele mostra orgulhoso um equipamento portátil recém-chegado dos Estados
Unidos: o gravador magnético de arame, ou fio, da marca Webster, fabricado em
Chicago. Depois, na emissora, para assombro dos ouvintes, Rui vai colocar as
gravações no ar.
Essa é uma pequena amostra da revolução provocada pela
tecnologia no radiojornalismo: o gravador de sons e vozes. Até então, nenhuma
das emissoras locais – a Cultura Rio-grandina e a Minuano – dispunha de um gravador.
O seu uso significa arejar a programação jornalística. Quem ganha é o ouvinte,
que fica cada vez mais próximo dos acontecimentos municipais.
A ZYC-3 - Rádio Cultura Rio-grandina fora inaugurada em 13
de março de 1942, mas já transmitia em caráter experimental desde o final do
ano anterior. Em 20 de setembro de 1950, muda-se do endereço original, na Major
Carlos Pinto para a Silva Paes, quando inaugura seu auditório. Num pequeno
espaço onde cabem menos de 50 pessoas sentadas, Rui Grillo brilha com seu
famoso Quem tem no bolso ou na bolsa?.
As coisas mais incríveis são levadas em sacolas pelos assistentes do curioso
programa: ratoeira, bolo sem fermento, banana verde etc. Quem apresenta o
produto ganha um dos prêmios dos inúmeros patrocinadores.
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