O
rádio no interior do Rio Grande do Sul até o final dos anos 1940
2013
Luiz Artur Ferraretto
Até o início dos anos 1950, o rádio gaúcho sofre os efeitos
da Portaria n. 269, assinada em 31 de março de 1936 pelo ministro dos Negócios
da Viação e Obras Públicas, João Marques dos Reis, limitando, em seu artigo 59, a uma concessão a
quantidade de estações em municípios do interior do país. Neste período, ficam
de fora apenas algumas capitais e aquelas localidades onde já existe mais de uma
emissora em operação. Ao longo da década, de 1950, revogada esta resolução, em
torno de 50 são instaladas fora de Porto Alegre. Em 1960, apenas 10% das rádios
do Rio Grande do Sul funcionam na capital, existindo vários polos em que se
verifica alguma concorrência, mesmo que incipiente, como é o caso, entre outras
cidades, de Bagé, Cachoeira do Sul, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande e
Santa Maria. Será, no entanto, um longo percurso até a consolidação do rádio no
interior gaúcho.
A inexistência de outorgas não
significa a ausência total de manifestações radiofônicas. Já na década de 1920,
há registros do interesse despertado pelo rádio, quando, por exemplo,
representantes de casas comerciais de Porto Alegre como os da Barreto Vianna e Cia.
promovem demonstrações em cidades do interior. Ocorrem, também, experiências
efêmeras como a da Rádio Sociedade Cruzaltense (1930-1931), de Cruz Alta,
presidida por Jovino dos Santos; da Rádio Sociedade (1930-1938), de Rio Grande,
fundada por Raul Werneck, dando continuidade a uma iniciativa de Rodolfo
Martensen e Antônio Barreto; ou da Rádio Experimental (final dos anos 1930), de
Erechim, instalada por Acylino Rigo.
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