Cley Correa e Glademir Menezes, dois ícones do estúdio da Gaúcha
2020
Luiz Artur Ferraretto
Cley Correa (anos 1980)
Fonte: Perfil de Cley Correa no Facebook
Glademir Menezes (anos 2000)
Fonte: Perfil de Glademir Menezes no Facebook
Raramente, o pessoal da técnica fala ao microfone. De fato, em algumas
emissoras, tornou-se usual não mais citar a ficha técnica. Fora isso, existe
ainda uma boba disputa entre jornalistas e radialistas, com esses últimos
sofrendo, às vezes, preconceito por parte dos primeiros. Os salários dos
radialistas também são, não raro, menores. E há focas que, por terem um
diplominha de Jornalismo, se acham os tais.
Ao chegar na Gaúcha, em 1986, não me achava o tal. Sempre fui muito
inseguro. Para me salvar, tive aulas de realidade com muitos profissionais de
verdade, pessoal curtido na lida, no dia a dia, na resolução rápida e
competente de problemas reais. Anos depois, em uma tarde de outubro de 2013, ao
sintonizar os 600 kHz, ouvi dois desses professores: os radialistas Cley Correa
e Glademir Menezes.
Para comemorar os 20 anos do Gaúcha Repórter, programa que ocupava as tardes da emissora, o então apresentador Lasier Martins e a sua
produção resolveram entrevistar quem foi essencial na trajetória de sucesso
daquela atração. Algo raro, e que merece ainda palmas, foi a inclusão de seus
dois mais históricos operadores de áudio. É o que você pode ouvir abaixo.
Lasier Martins entrevista Cley Correa e Glademir Menezes (21 de outubro de 2003)
Fonte: RÁDIO GAÚCHA. Gaúcha Repórter, Porto Alegre, 21 out. 2003.
Programa de rádio.
Ao escutar as entrevistas, lá em 2013, voltei no tempo. Não só ao
passado de repórter inexperiente. Quando morava no bairro Niterói, em Canoas,
encontrei algumas vezes o Cley no Trensurb, o trem metropolitano da Grande
Porto Alegre. Eu já tinha virado professor e ele se transferira para a RBS TV.
Morava próximo a uma das estações, justamente aquela em que eu apanhava o trem.
Cada conversa seguia sendo uma lição. Já professor, como entrevistado, várias
vezes cruzei com o Glademir na Gaúcha. Acho que é o operador há mais tempo em
atividade no rádio de Porto Alegre. Segue formando gerações de profissionais.
Sei disso. Meus alunos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, quando se
transformam em estagiários ou funcionários da Gaúcha, sempre comentam a
respeito do “Vô”, forma de reverenciar a experiência do Glademir, cara sempre
disposto a ajudar seus colegas. O Cley já foi operar rádios celestiais e
finalizar programas de TV entre as nuvens. O Glademir segue firme por aqui. São
dois exemplos de profissionais. Palmas para eles. Sempre.
Cley Correa é meu pai, durante toda a vida dele, se dedicou muito à profissão dele, e exerceu com muito profissionalismo, carinho, orgulho e paixão. Eu cresci ouvindo as histórias dele na Rádio e na RBS. Conheci muitos colegas deles os quais ele me apresentou com muito orgulho e emoção!
ResponderExcluirInfelizmente ele não se encontra mais entre nós, descansou e deixou muitas saudades e muita falta. Mas também deixou um baita legado para trás. Muitos amigos, muitas memórias, muita alegria e muito orgulho.
Esse post deixou os familiares e amigos com o coração cheio, onde era só saudade, então, muito obrigado. De coração mesmo, muito obrigado pela lembrança, carinho e homenagem!
Foi com imenso prazer que, com base no áudio do "Gaúcha Repórter", escrevemos este texto.
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