Eterna briga besta
12 de março de 2017
Luiz Artur Ferraretto
Trata-se de algo extremamente óbvio. Não existe rádio e não
existe jornalismo sem uma reflexão por trás de cada ato do profissional. Não
que se possa chamar de teoria este pensar antes de fazer. No entanto, a
oposição entre ensino de comunicação e mercado de comunicação, de ambos os
lados, é um erro grosseiro. O objetivo de quem ensina e de quem estuda passa
por tocar a realidade.
Gestores e profissionais precisam de conhecimento para além
do gerado por eles próprios em suas atividades. Não deveriam existir, desta
forma, os distanciamentos correntes entre tais facetas de algo tão
compartilhado assim. Inclusive, há quem queira, dentro da universidade, opor a teoria
– falo das grandes teorias a respeito da sociedade – à técnica.
É algo muito curioso. O que deveria ser complementar passa a
ser apresentado como antagônico. Se pressionado, o mesmo sujeito, aquele que
rejeita os parâmetros do trabalho, por exemplo, de um repórter, não consegue
razoável articulação a respeito – para citar algumas – das correntes
funcionalistas ou da Escola de Frankfurt. Se você força um pouquinho mais, vai
se dar conta de que o cara consegue apenas repetir alguns autores da moda. E olhe
lá.
Nem vamos entrar nas questões metodológicas da pesquisa
científica, terreno ainda mais frágil, onde há também forte jogo de cena.
Obviamente, tal sujeito, para aparentar certa intelectualidade e negando
preceitos básicos da área de comunicação, procura sempre fazer tudo isto da
forma mais hermética possível. Usa, assim, palavreado que, não raro, nem ele
próprio compreende.
E seguimos nesta briga besta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Em breve, estaremos analisando a sua postagem. Grato pela colaboração.