A universidade e a crise
no jornalismo
17 de abril de 2017
Luiz Artur Ferraretto
Não tenho resposta, mas uma pergunta tem me
atormentado nas últimas semanas. Afinal, o que a universidade brasileira deu e
está dando de contribuição para resolver, no atacado, a chamada crise dos meios
de comunicação tradicionais e, no varejo, a do jornalismo em si?
Houve muito dinheiro aplicado pelo governo
federal em cursos de pós-graduação, revistas científicas, pesquisas... Sei de
dezenas de trabalhos válidos. No entanto, muitíssimas inquietações de pesquisa
não saem do âmbito de interesse do orientador e do
orientando.
Criou-se um
sistema em que o sujeito, do jardim de infância ao pós-doc, pode estudar sem
nunca vivenciar a realidade da profissão de jornalista. Por exemplo, analisa
práticas de reportagem sem nunca ter sido repórter.
Em outras palavras, ao problematizar um objeto de estudo que desconhece do ponto de vista prático e ao fazê-lo conforme o seu interesse próprio, o pesquisador neófito pode até realizar um exercício intelectual válido para atender uma série de requisitos. Obtém, assim, a titulação buscada.
Não sei, mas me
parece que a contribuição para o mundo real, em um país pobre e de recursos mal
empregados, acaba mesmo é se perdendo no processo.
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