A cota do ensino no
problema do mercado
18 de janeiro de 2017
Luiz Artur Ferraretto
A universidade também tem sua cota na
chamada crise dos meios de comunicação. O Brasil é um país tão fantástico que o
sujeito pode entrar no jardim de infância e sair no pós-doutorado sem nunca ter
passado por uma redação de veículo e, mesmo assim, ensinar entrevista, redação,
reportagem...
Imagine, na melhor das hipóteses, são nove
anos de ensino fundamental, três de médio, quatro de graduação, um de
especialização, dois de mestrado, quatro de doutorado e um de pós-doutorado.
Total: 25 anos de estudo, mas sem experiência profissional.
Teoricamente, como os níveis de
pós-graduação são majoritariamente focados em comunicação – não em jornalismo
–, parte da especificidade técnica fica pelo caminho. Esse é apenas um dos
problemas.
Obviamente, esta constatação não significa
que se defenda um primado da técnica sobre a base teórica. Apenas atesta a
existência de algum desvio no processo referente a este lado da formação.
Combinar profissionais de ponta com
pesquisadores altamente qualificados, parece-me, seria a saída. Aliás, aulas
conjuntas destes dois tipos de professores – bons professores – seriam o
máximo. No entanto, não é o que acontece.
O reflexo aparece no absurdo
distanciamento, com certo grau de desconfiança, entre as universidades e os
veículos. E vice-versa.
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